Fórum do cinema e TV é oficializado em São Paulo

Samuel Posseybon

São Paulo: Glasberg, - TELA VIVA NEWS

As principais entidades indústria audiovisual unem em uma gigante associação São Paulo

Aconteceu nesta segunda, 22, em São Paulo, a primeira reunião do FAC, Fórum do Audiovisual e do Cinema, entidade que reúne 17 associações ligadas ao cinema e à TV, de produtores a distribuidores e exibidores. O ato marca o rompimento definitivo de entidades insatisfeitas com a adesão incondicional do CBC (Congresso Brasileiro de Cinema) ao projeto de lei do MinC que cria a Ancinav.

Segundo o cineasta Roberto Farias, designado como porta-voz da associação, o objetivo é “fortalecer o audiovisual e velar a cultura a toda a população”. Ele nega que a criação do Fórum seja uma resposta à Ancinav. “Esta organização já vinha se desenhando antes mesmo do projeto”, afirmou. Mas deixou claro que o projeto de lei será a principal frente de batalha da entidade. “Somos a favor de uma Ancinav, mas não esta que está no MinC. Achamos que o governo deve compreender e estimular o setor, sem regras e punições. Já existem órgãos e leis que fiscalizam bastante a comunicação, como o Ministério da Justiça, a Lei de Imprensa, o Estatuto do Menor etc”, afirmou.
Quanto ao racha entre o cinema dito “industrial” e o CBC (representando os independentes), Farias disse que “o CBC se esvaziou na medida em que tomou um partido, era para ser um fórum de discussão, respeitando a opinião de todos. Apoiou a Ancinav contra grande parte das entidades que faziam parte”.

Censura
Durante a entrevista coletiva, Farias mencionou diversas vezes a posição do Fórum contra uma eventual interferência do governo nos conteúdos produzidos pelo cinema e pela TV. “Na medida em que (o setor) é cerceado, o Estado interfere na produção. Isso deixa todo o mundo de cabelo em pé”, disse. “O que queremos evitar é o dirigismo e a censura”, completou. Ainda assim, Farias disse que não é objetivo da entidade combater o projeto, mas sim “contribuir, com dados e pesquisas que ajudem o governo a entender melhor o setor”.

Telecom
Duas ausências chamaram a atenção entre os associados do FAC: as emissoras de TV que não estão na Abert (Record, SBT, Bandeirantes e Rede TV), representadas pela Abra, e as operadoras de telecomunicações. “Achamos que telecom não deve ser tratada pela Ancinav”, explicou Farias, “até porque a abrangência do projeto acaba legitimando coisas que não são legais, como a produção de conteúdo por empresas de telecomunicações. Quando você regulamenta isso, está legitimando”. Em relação às emissoras, Farias disse que o FAC “está esperando”. “Os outros virão”, concluiu.

Está claro que o FAC será o interlocutor das empresas que exploram o segmento audiovisual e o Congresso no próximo ano, quando o projeto da Ancinav estará no Congresso.